Relatório pede plano de emergência para bairro que afunda em Maceió
Texto recomenda treinamento dos moradores para um esvaziamento emergencial do bairro e criação de rotas de fuga. Motivos do afundamento ainda são desconhecidos.
Um relatório do Serviço Geológico do Brasil recomendou a criação de um plano de emergência para atender os moradores do bairro de Maceió que está afundando.
As causas das rachaduras e do afundamento do bairro do Pinheiro, em Maceió, ainda são desconhecidas.
Por isso, muita gente tem pressa para sair de casa.
“Todo dia é uma nova mudança que sai. A gente está imaginando que daqui a pouco o bairro vai virar um bairro fantasma”, disse o corretor de imóveis Maurício Mendes.
O Jornal Nacional teve acesso a um relatório sigiloso elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil e entregue ao Ministério Público Federal, em dezembro, que recomenda o treinamento dos moradores para a necessidade de esvaziamento emergencial do bairro e a criação de rotas de fuga.
O documento também ressalta a necessidade de estruturação de serviços públicos de emergência como Corpo de Bombeiros, ambulâncias, hospitais e de helicópteros para atender a população.
O relatório também pede uma divulgação ampla do que está acontecendo com bairro do Pinheiro, e de todas as medidas adotadas pela Defesa Civil.
O Ministério Público Federal afirmou que o documento ainda é parcial e que está acompanhado o trabalho dos pesquisadores na região.
“Já discutimos entre a esfera federal, estadual e municipal o plano de contingência. Já está pronto e todo montado. Vai ser apresentado essa semana para a Segurança Pública e os coordenadores que vão tomar conta dessas áreas”, disse Dinário Lemos, coordenador da Defesa Civil Estadual.
Três pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil chegaram na quarta-feira (9) a Maceió para avaliar o que pode estar causando o afundamento do bairro. Entre as hipóteses estão o surgimento de uma dolina, um fenômeno geológico que ocorre quando parte do solo cede formando uma cratera, a localização do bairro numa área tectonicamente ativa e a exploração de sal-gema na região
“O nosso medo não é somente pelo que está em vista, mas sim o que vem embaixo. Essa é a explicação que queremos”, disse o microempresário Márcio da Rocha Cavalcante, morador do local.
Mesmo com o solo cedendo, muitos moradores se recusam a deixar as casas. Sem ter outro lugar para ir, Maria Betânia Farias e a família cobrem as rachaduras na tentativa de resolver o problema, mas elas continuam aparecendo.
“A gente fez pilastra, amarração na casa toda, mas continua abrindo, vai abrindo e a gente vai fechando. Abrindo e fechando para não ver”, diz Maria Betânia.
Fonte: G1